Nos 100 anos da sua história, houve a alegria de iniciar campos de evangelização, de partilhar projetos com as comunidades que os acolheram, a coragem de recomeçar quando havia dificuldades, a confiança para continuar os trabalhos, mesmo durante tempos difíceis como a guerra colonial entre 1964 e 1974 ou mais tarde a guerra civil entre Frelimo e Renamo de 1976 a 1992, com restrições a manifestações religiosas.
Houve mesmo quem, em situações sociais frágeis, fez mais de 2000 kms por carro ou transporte público desde a capital Maputo, porque queria estar presente nesta festa da chegada do P. Pedro Calandri e seus confrades ao Niassa, para esta celebração do centésimo aniversário do Instituto da Consolata. Convém emendar que o Pe. Calandri apenas chegou ao Niassa (Mandimba) em 1926, e a Massangulo em 1928.
Esta celebração dos 100 anos iniciou-se no sábado, à tarde, a partir das 17 horas, dia 21 Junho, com uma mensagem de acolhimento pelo novo conselho regional, feita pelos missionários da Consolata junto à sua casa, e que ali mesmo tentaram saudar todos os peregrinos, pessoas que vieram de várias formas de transporte para celebrar este momento singular, junto ao Santuário de Nossa Senhora da Consolata, iniciado em 1954 e inaugurado 10 anos depois.
Numa fila dupla com mais de 200 metros, a imagem da fundadora do Instituto, foi transportada no Andor até ao Monte Cruz, um espaço arborizado, serpenteado por estações da via sacra e trilhos cheios de natureza luxuriante, um local onde brota água fresca e pura entre as pedras, onde tem a Igreja da Rocha, um espaço que foi idealizado, planificado e concretizado pelo Padre João Nascimento, que chegou em 2017 para este serviço especializado de dialogar com uma realidade desafiante, islamizada e englobada numa realidade de pobreza dominante do Niassa.